A satisfação profissional é fundamental para o bem-estar das pessoas. Quando as práticas corporativas estão alinhadas com os valores pessoais, os indivíduos tendem a alcançar um nível elevado de satisfação e engajamento. Contribuindo, inclusive, para fortalecer e disseminar os princípios da empresa.
Os líderes organizacionais, normalmente, dedicam grandes esforços para alcançar esse engajamento de seus colaboradores. A missão, visão e princípios de suas companhias são transmitidos e disseminados entre o público interno a fim de fortalecer e unir a corporação em uma mesma direção. Mas esse processo nem sempre apresenta o resultado desejado.
Raj Sisodia, em seu livro Capitalismo Consciente, argumenta que algumas empresas já nascem com essas questões bem definidas, enquanto outras são concebidas quando os fundadores vislumbram uma oportunidade de mercado. Entretanto, muitas companhias, quando chegam à maturidade, sofrem com crises de identidade. Isso, muitas vezes, ocorre em organizações em pleno crescimento e expansão quando as operações aumentam em grande escala e valores centrais estabelecidos em sua fundação são deixados para trás. Sisodia compara tal situação com a busca por significado e propósito que pessoas fazem ao atingir a meia-idade. O autor defende a importância das companhias descobrirem seu propósito maior e seus valores centrais para buscarem um novo modelo de gestão. Segundo o autor, esse modelo é um paradigma em desenvolvimento para os negócios em diversas áreas, como: financeira, intelectual, física, ecológica, social, cultura, emocional, ética e até mesmo espiritual. No entanto, é importante entender a natureza de alguns conceitos que muitas vezes são confundidos. Propósito, segundo o autor, é uma declaração definitiva sobre a diferença em que a empresa está tentando fazer no mundo; enquanto missão é a estratégia central a ser realizada para cumprir o propósito; e visão é a concepção atual e futura de como o mundo vai enxergar a empresa quando seu propósito for realizado.
Grandes organizações buscam profundamente a descoberta de seu propósito. A Disney definiu como “a imaginação a serviço da felicidade de milhões de pessoas”; a Johnson & Johnson estabeleceu como “alívio da dor e do sofrimento”; a Southwest Airlines entendeu seu propósito como “dar às pessoas a liberdade de voar”; a BMW chamou de “oferecer às pessoas a experiência da alegria de dirigir”; e a Cruz Vermelha Americana definiu como “mobilizar os norte-americanos para atos extraordinários diante de situações de emergência”. Tal descoberta também é fundamental para o desenvolvimento individual do ser humano. Essas e outras práticas organizacionais são valiosas para as pessoas que desejam desenvolver e melhorar suas carreiras. O autor Richard Leider estuda há muitos anos o tema propósito e em suas palestras e encontros, o autor pergunta ao público: quais os dois dias mais importantes de sua vida? Normalmente, recebe diversas respostas, mas ele apresenta uma direção surpreendente: é o dia em que o indivíduo percebe por que nasceu. Richard Leider entrevista há 30 anos profissionais aposentados e pergunta o que eles fariam de diferente se pudessem começar de novo. Esse grupo indica basicamente três respostas em suas entrevistas. A maioria gostaria de ter sido mais reflexivo e pensaria mais sobre o que estava fazendo com suas vidas. A segunda resposta mais comum é que essas pessoas seriam mais corajosas e arriscariam mais. Elas queriam ter sido mais sinceras no trabalho e ter conversas corajosas com as pessoas. O terceiro ponto é o propósito. Segundo o autor, todas as pessoas entrevistadas, acima de 40 anos, gostariam que sua vida tivesse um sentido maior.
O propósito maior é decisivo para o desenvolvimento dos negócios e crescimento individual. Essa descoberta não limita as atividades e, na verdade, estabelece um campo claro a ser seguido e explorado. Pessoas e organizações que mergulharam profundamente e descobriram a diferença que querem fazer no mundo, apresentam sentimentos de paixão e muita motivação para realizar e conquistar suas ambições.