Muitos empreendedores brasileiros iniciam suas organizações com poucos recursos, muita vontade, coragem e participação de familiares e amigos. Em outros casos, a nova geração recebe a missão de continuar a história da companhia, o que chamamos de sucessão familiar.
Em ambos, é merecido o reconhecimento a esses profissionais, que deixam o legado de suas atividades e que geram valor para as comunidades onde estão inseridos. Esses empreendedores, normalmente, apresentam pleno domínio e conhecimento das operações diárias da empresa. A expertise e o feeling proporcionaram os resultados positivos e o crescimento de seus negócios nos últimos anos. Apesar de todas essas características e qualidades, muitos enfrentam dificuldades em administrar, manter o “rumo” e os resultados dos negócios em um longo período de tempo.
No meio acadêmico, muitos profissionais dedicam esforços em pesquisas sobre a sustentabilidade do desempenho organizacional, a participação dos líderes e suas influências nos resultados das empresas. Bill George, consultor e professor na Harvard Business School, é referência mundial em liderança executiva. Em seu livro, Liderança Autêntica, o autor descreve os sete pecados capitais, que quebraram o ciclo de crescimento de muitas empresas e que as jogaram em um perigoso declínio. Bill George apresenta a influência de a empresa não ter uma missão clara, subestimar o seu principal negócio, depender de uma única linha de produtos, falhar em detectar mudanças tecnológicas e de mercado, mudar de estratégia sem mudar a cultura, abandonar suas principais competências e contar com aquisições para expandir seus negócios.
Os ensinamentos do autor são valiosos e levam a muitas reflexões. Tratando especificamente da relação do empreendedor com seu negócio, é possível estabelecer outros pontos importantes. Em muitos casos, falta humildade ao em reconhecer seus limites e suas fraquezas. As dificuldades podem surgir; pelas mudanças de fatores externos e pela incapacidade de gestão das atividades da organização; pela diferença entre a visão do empreendedor e a realidade da empresa e do mercado; pela falta de avaliações periódicas de produtividade e de desempenho da organização; pela falta de sucessão e de estrutura de pessoal qualificada para executar e gerenciar as atividades. Esse último fator, muitas vezes, é prejudicado pelo laço emocional estabelecido com a empresa.
Em muitos casos, o empreendedor prefere “não mexer no time que está ganhando”. Essa atitude prejudica a inovação e o desenvolvimento da empresa. Driblar esses desafios requer adaptação e busca constante de conhecimento. É preciso, com frequência, se reinventar.