Muitas empresas em ascensão enfrentam dificuldades para realizar os ajustes necessários em sua estrutura e, com isso, expandir-se de forma sustentável.
Ao contrário do que muitos profissionais imaginam, essa fase reserva desafios complexos, e, infelizmente, muitas vezes negligenciados pelos líderes. Por isso, há muitos casos de organizações que experimentam o sucesso em um curto espaço de tempo e que depois de alguns anos fecham as portas. O crescimento sem controle é tão perigoso quanto a estagnação.
Recentemente, conheci uma organização que cresceu rapidamente e expandiu sua atuação, ampliando sua estrutura para atender um número maior de clientes. Na época, a oportunidade de aumentar suas atividades exigia um desempenho operacional superior ao apresentado até então. Em menos de um ano, a empresa investiu em sua estrutura operacional (equipes e equipamentos) e dobrou de tamanho. Poucos meses depois, começou a enfrentar dificuldades que comprometeram seu futuro e que estabeleceram o cenário mais desfavorável possível. Hoje, a empresa reduziu ao máximo suas despesas e iniciou um processo doloroso de reestruturação. Após a crise, alguns pontos ficaram claros, entre eles: a falta de análise crítica sobre as reais condições envolvidas na oportunidade; a falha em diagnosticar as competências necessárias para torná-lo um bom negócio; e a análise equivocada e mal dimensionada da equipe de trabalho. Nesse caso, a oportunidade virou um pesadelo.
Para o professor e autor, Ichak Adizes, viver significa resolver problemas constantemente e, quanto mais plena for a vida, mais complexos serão os problemas a serem resolvidos. O desenvolvimento organizacional, portanto, impõem desafios significativos para os líderes das empresas. Outros dois autores, C.K Prahalad e Gary Hamel descrevem, no livro Competindo pelo Futuro, atividades decisivas para as organizações, entre elas: a estratégia de alavancagem e a capacidade de expandir as competências essenciais e adquirir novas. Pode-se aqui acrescentar também a necessidade de contar com equipes capacitadas para encontrar respostas eficazes aos desafios do futuro da companhia.
Para os autores, a alavancagem significa o desempenho máximo com o uso da menor quantidade possível de recursos. Nesse sentido, as startups são modelos exemplares, pois apresentam normalmente estrutura enxuta e resultados significativos. Por outro lado, a estratégia de expansão requer uma visão clara dos líderes organizacionais sobre os desafios para o desenvolvimento de recursos existentes entre o hoje e o amanhã. Os líderes precisam ter a real dimensão das competências atuais e as necessárias para estabelecer o crescimento sustentável. Por fim, o crescimento exige a participação de colaboradores qualificados. Conforme for a expansão, as decisões devem ser descentralizadas e para isso os líderes precisam contar com funcionários preparados para participarem estrategicamente.