Gestores buscam, diariamente, elementos para melhorarem o desempenho de suas empresas e para alcançarem vantagem competitiva em seus mercados.
Nessa jornada, muitas companhias desperdiçam o seu real potencial. Líderes ficam dias e dias discutindo, elaborando planos, debatendo ideias complexas, e, infelizmente, muitas vezes, deixam escapar de dentro de suas próprias estruturas alguns fatores decisivos para a sobrevivência e prosperidade de suas companhias. Entre eles, o conhecimento organizacional.
Esse tema, pouco valorizado nas empresas, apresenta diferentes abordagens em todo o mundo. Para o autor Ikujiro Nonaka, em uma economia onde a única certeza é a incerteza, apenas o conhecimento é fonte segura de vantagem competitiva. Contudo, a prática dessa cultura apresenta diversos obstáculos para sua implementação. Inúmeros autores, entre eles o próprio Nonaka, descrevem a dificuldade dos líderes em compreenderem a verdadeira natureza de criação de conhecimento nas empresas. Esse autor observa que os gestores ocidentais, de forma geral, têm uma visão muito estreita do que seja conhecimento e de que forma as empresas podem explorar esse capital. Esses profissionais acreditam que o único conhecimento útil são os dados quantificáveis e que as empresas são verdadeiras máquinas de processamento de informações. Por outro lado, a visão oriental, encontrada em empresas japonesas de grande sucesso, como Honda, Canon, Panasonic e Sharp, reconhece que a criação de novos conhecimentos não é apenas uma questão de processamento e armazenamento de informações objetivas. Ao contrário, essa abordagem acredita no aproveitamento dos insights, das intuições e dos ideais tácitos. O autor acredita que assim como as fábricas em todo o mundo aprenderam técnicas revolucionárias de produção com os japoneses, agora é a hora delas absorverem as técnicas japonesas de criação do conhecimento.
O conhecimento envolve essencialmente a participação das pessoas e representa um fator estratégico para a evolução das empresas. Hoje, na área de gestão estratégica de negócios é possível encontrar diversas teorias e conceitos diferentes sobre os verdadeiros elementos decisivos para o sucesso das organizações. O fato é que nenhuma organização terá sucesso em seu mercado se não melhorar de forma contínua seu desempenho. Ou seja, se não evoluir.
Aqui, uma distinção é importante para embasar a importância do conhecimento e, principalmente, do aprendizado. O meio corporativo, assim como em muitas outras atividades, por exemplo, nas modalidades esportivas, está definido como um espaço de vencedores e de perdedores. Ou seja, para uma empresa vencer em seu mercado, ela precisa derrotar todos os seus principais concorrentes. Essa lógica tradicional diminui o valor para a sociedade. Aqui, o conceito mais apropriado de vitória é o de vencer e de superar a si próprio. Essa definição é fundamental para o aprendizado organizacional, pois sustenta a necessidade das empresas aperfeiçoarem suas atividades e suas rotinas, buscando a superação de seu próprio desempenho. Ao contrário do que muitos podem imaginar, essa abordagem não afasta e não deixa a competição de lado; na verdade, ela é decisiva e mais eficaz, pois ajuda consolidar um intenso ciclo de aprendizado na empresa.
Para iniciar o ciclo, os líderes precisam estar comprometidos com o aprendizado e devem adotar iniciativas para criar o ambiente adequado e para promover a participação de todos os colaboradores. O aprendizado é fundamental para a prosperidade das organizações, por isso, quem tiver mais conhecimento em seu mercado e aprender mais rápido, terá uma vantagem competitiva considerável.