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A (nova) organização



A prosperidade das organizações é desafiada quando momentos de crise e de

incertezas passam a fazer parte do ambiente interno das empresas. Para evitar e

minimizar esses episódios, os líderes devem reconhecer as ameaças e ter atenção

para quatro pilares fundamentais da gestão de riscos: associação entre liderança e

pessoas, prevenção financeira, capacidade inovadora e crédito. Esses fatores são

interdependentes e estão conectados à gestão das empresas, especialmente, na

resolução de momentos difíceis. As organizações nunca precisaram tanto de líderes

capazes de conduzir seus comandados como agora, um momento de instabilidade

que precisa ser superado com inteligência emocional.


Para isso, os líderes organizacionais devem incluir em suas agendas a análise de

cenários favoráveis e desfavoráveis, com objetivo de proteger e minimizar as possíveis

crises. Essas iniciativas devem ser implementadas em paralelo às atuais operações,

através da governança corporativa, comitês, fóruns e reuniões estratégicas para

discussão. Mesmo estabelecendo as ações descritas, as organizações podem passar

por outras dificuldades causadas pela falta de humildade e de atitude para mudar o

cenário apresentado.


Para combater a crise, em primeiro lugar, é fundamental a habilidade dos líderes de

reconhecerem e aceitarem a realidade de suas organizações. Esse fator é decisivo

principalmente em empresas familiares orientadas através do pensamento estratégico

de seu comandante. A visão do líder está, muitas vezes, relacionada com o que ele

quer para a sua empresa e não necessariamente como ela realmente é. A diferença

entre o idealismo e a realidade pode ser fatal.


Henri Bergson, certa vez, afirmou que só enxergamos o que a mente está preparada

para compreender. O efeito de negação predomina em muitas organizações e as

dificuldades não são tratadas com a prevenção e atenção necessária. Em muitos

casos os líderes não querem admitir e reconhecer os erros de suas organizações, pois

estão intimamente e emocionalmente envolvidos nessas questões. As empresas

também precisam corrigir os erros enquanto suas operações estão em funcionamento.

Elas não podem parar suas atividades para recuperar suas fragilidades.Para evitar

isso, o líder deve definir um sistema de gestão e de governança envolvendo a

participação de todos os seus colaboradores. Essas atitudes proporcionam debates

produtivos para a melhor tomada de decisão. 


Um exemplo são os jornais, que em todo o mundo estão enfrentando episódios difíceis

com a gradativa redução do interesse em edições impressas, seja por questões de

sustentabilidade ou pela migração dos leitores para o conteúdo virtual. A família

Sirotsky, controladora da RBS, vendeu suas operações de Santa Catarina em março de

2016. Em outro momento, o presidente do Grupo RBS Eduardo Melzer destacou que as

empresas com coragem para se posicionar em um mundo novo sairão fortalecidas. A

recessão de 2015 e 2016 trouxe enormes desafios a diferentes mercados e setores.

Ano passado a economia se recuperou lentamente e a perspectiva é que a retomada

seja mais acelerada em 2018, exigindo adaptações e mudanças por parte da maioria

das empresas.


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(Texto revisado e atualizado. Original publicado na Revista ASBRAV)

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